29 de dezembro de 2019

Eat me, alice



Não quero falar sobre o Natal, dizer que o peso continua o mesmo basta e me reconforta. Não é como se eu fosse mais que isso; conjunto de números. O peso. As medidas. As notas. O dinheiro.

Parar com os remédios me fez parar de engordar. Colocar a meta acima do bem estar/saúde não é algo novo; embora eu pense sobre isso todos os dias, e, em todos eles a Ana vença. Personificação da vaidade? Manifestação dos problemas mentais?
Eu não sei.
Eu quero.
◇◇◇

Dezenove anos, e a cada ano que se passa é  como se eu fosse cada vez menor. Não em números, mas pequena de verdade - indefesa e incapaz.

16 de dezembro de 2019

Normal low eat day


Cinquenta e nove jamais foi um número aceitável, porém me sinto bem por perder um pouco de peso. A casa dos sessenta estava me enlouquecendo, então tive que ser igualmente insana para conseguir me afastar - mesmo que um pouco - deste terrível número.

Amanhã eu espero por um número menor.
Sempre menor.

14 de dezembro de 2019

Kill me Ana, please


60,0. Sessenta. soixante. seksti.

Com alguns gramas a menos eu poderia estar em cinquenta e nove. Mas não hoje. Talvez amanhã.

Jantar miado e outros pequenos esforços que me empurram para longe dos números gordos, embora lentamente - em passos vagarosos demais pra ansiedade frenética.

Quero voltar ao exercício, ginástica compulsiva e models workouts que me paralisam de tanta cãibra. Um corpo cansado demais pra uma mente inquieta é horrível.




13 de dezembro de 2019

LonelyheartsClub



Escrevo mentalmente todas as noites antes de dormir mas todas as palavras que deveriam estar aqui se perdem no escuro da minha mente, então eu sonho - sonhos ruins.
 Costumava estar perdida na onda de isolamento durante à tarde até a noite. Eu não queria sair e ninguém queria entrar.






My heat beat so fast


Não ter engordado significa que meu autocontrole ainda existe, mas não significa que seja o auge disto. Finalmente acabar o semestre de aulas me possibilitou todos esses dias de controle, mas se amanhã(quando for me pesar) nada houver mudado.... eu irei surtar. Muito. Mesmo.

Acho que já estou. 

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 É uma tortura.

 Ao olhar no espelho não reconheço, às vezes se parece com alguém de verdade; cabelo arrumado junto a roupas meramente aceitáveis que enfeitam as expressões falsas desenhadas no papel daquela garota.

Já outras vezes... olhar para aquilo me deixa muito mal. De verdade. 

Então eu me torturo outra vez, olhando de novo. Na tentativa de retirar forças que me mantém no caminho "certo".

Então eu me torturo outra vez.

E outra vez. 

E outra.