Sad and thin

 Não contar calorias é como negar uma parte de mim mesma, a parte mais mais importante do meu ser. Então volto a reduzir me à números para que enfim possa reduzir os própios números que me compõem.

Fingindo ser alguém "normal" e agindo como se fosse superior aos meus próprios demônios alimentares não me fez feliz. Me fez gorda. A culpa continuava a consumir até a última das minha entranhas todas as noites, agonizando quase da mesma forma que Προμηθέας.

O branco imaculado que contrastava com o azul Royal numa mistura etérea em pequenas cápsulas já não ajudava da mesma forma que antes. 60mg de magia que afastavam todos os monstros tristes começaram a me aproximar da comida e seu sabores perigosos.

 Eu sempre preferi ser triste e magra mesmo.

 Cápsulas intocadas repousam na minha escrivaninha fazem dias, enquanto ondas de tristeza me atingem gradualmente.

Perfeitamente suportável uma vez que a tristeza é parte de mim.

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Estive miando esses dias. Havia esquecido da dor de garganta e da rouquidão.

Dizem que os fins justificam os meios.

I have to be Better than myself

 O gosto amargo do café desce pela minha garganta e aquece toda a minha dor interior, eu sinto saudade das noites frias e silenciosas. Ultimamente tenho dormido mais e curiosamente acordado mais cansada. Me questiono onde toda aquela insônia foi parar. Em meados de 2016 eu não costumava comer ou dormir e mesmo assim me sentia melhor.

Madrugadas ao som de Arctic Monkeys, Tame impala, Beach house, the cure ou qualquer música indie nos cantos empoeirados da internet... pensar sobre essas noites me faz sentir falta, embora eu deseje jamais voltar ao passado.

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  Simplesmente é impossível olhar no espelho sem sofrer com o fracasso no padrão imaginário que eu mesma criei para mim.  A auto-piedade nunca foi meu forte, assim eu sigo em frente no belo jardim da Ana, cheio de rosas mas com inúmeros espinhos que me machucam.

Não consigo saber se é a fome ou o café que faz meu estômago doer tanto.